Logo no inicio dos anos 90, eu morava na cidade de Hortolândia mas jogava futebol no Rio Branco em Americana, era comum nesta época que eu e meus amigos fôssemos para o clube de trem, pois era mais barato que o ônibus e ainda tem mais uma outra vantagem:
A gente embarcava em uma estação e durante o trajeto havia algumas paradas em determinadas estações, no momento em que parava sempre saíamos do trem por um vagão e entrávamos por outro, a fim de que o cobrador não nos encontrasse, pois era costume dele vir do vagão do maquinista pra trás, ou as vezes também ele alternava, mas nós ficávamos espertos quando ele mudava a rota de cobrança e dávamos um olé nele.(Ainda não era convertido! rs).
Muito bem; as vezes ele parava na estação de Hortolândia, outras não, dependia se tinha ou não passageiros para embarcar. Numa destas viagens o maquinista parou uns 2kms da nossa estação de desembarque, por algum motivo que não me lembro, neste momento nós descemos para tirar "água do joelho", ficamos um do lado do outro numa distância de dois vagões, terminado o ato eu olhei para o lado e não vi mais ninguém, aí pensei: Eles devem ter subido novamente no vagão, vou fazer o mesmo! Subi e comecei a procurá-los quando o trem começou a andar (titchititchi...), ele já devia estar a uns 20km por hora, quando ouvi meus amigos me chamando: Marceloooo!!
Saí na lateral onde era aberto e avistei eles andando ao lado do trem já me distanciando deles. Então disseram: Ele não vai parar na nossa estaçãoo! Pulaaa!!
Não pensei duas vezes, pois a próxima parada era Campinas, já estava começando a escurecer e eu não tinha dinheiro pra voltar de ônibus... Pulei! Fui dando umas piruetas, catando cavaco e rolando no meio do mato, passei alguns centímetros nesta velocidade bem ao lado de uma peça de concreto maciço e alto que tem uns transformadores na ponta e é interligado por alguns cabos, cujo o nome é poste! Mas graças a Deus sobrevivi pra contar a história, que hoje é engraçada. Alguns dias depois neste mesmo trem, um outro maluco como eu também pulou pra escapar do cobrador, e quando colocamos a cabeça pra fora pra olhar onde ele havia caído, ele estava pendurado na parte lateral gramada de um viaduto onde lá embaixo passavam vários carros, à mais ou menos uns 15 metros de altura.
É minha gente, Deus cuida até das nossas "loucuras", somente pra dizer que nos ama!
Paz!
Marcelo Oliveira.
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