No final de 1994, decidi que viria morar em Atibaia. Planejava vir no início de 1995 - minha idéia era morar um ano aqui e depois voltar para Hortolândia - cidadezinha perto de Campinas onde eu vivia com meus pais.
( “Nossos planos não são os de Deus, aliás Ele tem outros muito melhores...” ).
Confesso que estava cansado da vida que levava por lá. Bebida, mulherada, sexualidade fora do contexto cristão, baladas que no dia seguinte me deixavam um vazio ainda maior.
Mas o interessante é que eu já ouvia falar de Deus e dizia: “Quando ficar mais velho, me entrego à Ele!”. Afinal, eu pensava que a partir do momento que fosse para a igreja, minha vida acabaria, que seria um tédio, e é claro teria que deixar a vida que eu levava, pois no fundo sabia que não era correta. E tenho certeza que todos que agora estão lendo este texto sabem discernir o que realmente tem valor, daquilo que nos faz infelizes. Aliás, quando um jovem busca as drogas, a sexualidade desregrada, bebidas e tudo mais, na verdade só está tentando ser feliz. Mas infelizmente buscando esta felicidade nas coisas e nos lugares errados. Depois que comecei a caminhar com Deus e freqüentar um grupo de jovens, percebi que esta felicidade que eu buscava há tanto tempo está em Deus, descobri então que eu caminhava na direção errada. Agora aqui entra uma palavra chave: CONVERSÃO... mudar o sentido de caminhar, e caminhar na direção correta, no caminho que leva pra Deus.
Nos primeiros dias de janeiro de 1995, já havia feito minhas malas e estava preparado para mudar. Num destes dias um amigo meu - o Clegi - passou em casa e disse: “Marcelo, vamos para Campinas comigo! Preciso licenciar o carro do meu irmão e não quero ir sozinho.” (Aliás eu, ele e o Amarildo éramos inseparáveis). Da multidão de “colegas” que tive, estes foram “amigos!”. Pois bem, decidimos ir os três. Quando entramos no carro me lembro que o Clegi logo falou: “Coloca o cinto, pois agora ta dando multa andar sem”. Como eu me sentia auto suficiente, passei o cinto pelo corpo e fiquei segurando na mão, não travei. Fomos, fizemos a vistoria e estávamos voltando, quando senti que deveria prender o cinto e como que impulsionado, travei. Cinco minutos depois, um caminhão bateu em nós e então começamos a capotar na pista e descemos um barranco de mais ou menos 3 metros de altura também capotando. Lembro-me de quando o carro parou com as rodas para baixo e todo amassado (tinha dado perca total). Eu procurei ver se estava tudo bem com os dois e então saímos do carro sem nenhum arranhão. Fiquei feliz porque o “cinto” havia me salvado e triste porque havia perdido meu chaveiro novo da HD no meio do mato. E Deus nesta história?
Cheguei em Atibaia e comecei a estudar no ‘Aguiar Peçanha’ na sala da Viviane e da Letícia que participavam do Grupo Vida.
Bem, só fui entender tudo isso depois que estava já em Atibaia e participando do grupo de jovens. No momento de uma oração Deus falou ao meu coração e me fez perceber que não somente Ele tinha salvo a minha vida, como também tinha um plano pra mim nesta cidade. Dois anos depois, neste grupo que já tinha uma história de doze anos de fundação e que era uma referência entre as paróquias eu me tornei coordenador, junto com minha - na época - amiga Claudinéia. Já se passaram 16 anos desta história de amor que Deus desejou viver em mim, por mim e através de mim, para a CONVERSÃO de outros. Coisas de Deus, que não precisava; mas quis contar comigo.
Obrigado meu Senhor!
Por ter capotado comigo e ter salvo minha vida em todas as esferas!
Marcelo Oliveira
Um comentário:
Que lindo... a fé que voçês tem emociona e faz com que eu compartilhe um pouco disso, aprendi a ver o mundo de uma outra forma graças a uma pessoa que Deus colocou no meu caminho... Clau...voçê é uma professora pra mim em muitos aspectos, quero aprender ao menos um pouco com suas atitudes, espiritualmente como muitas lições já aprendi... Obrigada...
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